domingo, 3 de janeiro de 2010



Fiquei aguada, de tanta água. Encharcou minhas roupas e eu. Lavou minha pele e levou meu sal.
Fiquei de molho. Enrrugou meus dedos e testa. Penetrou minha capa e deixou aguado meu sangue.
Fiquei fria. Lambeu meus cabelos, chorou meus cílios, lavou meu olho e me engoliu a boca. Me transbordou e eu afoguei.

Pingou em mim, escorreu minha cor. Desceu rosa-bordô-preto, nariz-queixo-quadril e splash na água corrente. Desceu amarelo-oliva-preto, orelha-ombro-barriga e ping na água levada. Fiquei misturada, fiquei monocor, fiquei pastel. Eu de pintura, virei papel. Limpo, molhado e boiado. Seguindo na água aguada e corrente, pra onde deus quis.

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