quinta-feira, 20 de setembro de 2012

de tanto amor louco, chego a querer habitar o seu corpo
renunciar minha pele
e virar sua inquilina
de você eu quero até e mais ainda
chega mais pra lá que eu tô indo morar aí.

amanheceu assim, noturno
morno e pesado, com ruído de bomba
no peito um aperto, uma dorzinha de amor
o céu sem cor e sem canto
um dia sem ser dia,
cansado e amarrotado, ressaqueado
do vento, da tempestade de movimento da noite anterior
como que arrependido da ira da madrugada
um dia acuado, como meu sentir
um cheiro de queimado
de cinza
cheiro de cinzas e da cor
um filete escorrido e seco, uns cacos no lado
uma vontade mordida
lascada
te deixo no canto, junto comigo.