terça-feira, 7 de junho de 2011




O vento vem derrubando a rua arrastando sacos remexendo lixo assustando gente o vento vem sacudindo as saias levantando cabelos arregalando olhos apertando abraços o vento vem apressando pernas alargando passos entupindo ruas espatifando copos derramando pressa mas é só o vento o vento apressado fechando janelas levantando poeira distribuindo papéis açoitando corpos zumbindo nos ouvidos correndo nas calçadas mas é só o vento é velho resmungando querendo passar passar pra onde se é só o vento se é o senhor do movimento meu senhor eu não lamento me leva vento

segunda-feira, 6 de junho de 2011




Só vim saudar a saudade dos tempos coloridos e fumegantes com cheiro de doce.


O caracol se enrolou e aceitou seu próprio rolo. Fez da sua vida um enrolão e da sua casa uma enrolada. Fez seu corpinho enroladinho e seu rabinho espichadinho. O caracol é apegado, parece tranquilo porque anda devagar, mas anda devagar porque é apegado. Se apegou no seu rololô que não soltou mais. Não quis desembolar e leva seu rocambole pra tudo que é canto. O caracolzinho, eu gosto tanto dele. Pra mim é belo, que nem a borboleta, só que de asas enroladinhas.