sábado, 12 de fevereiro de 2011


Me extraviei, eu sempre faço isso. Passo a vida atrás de mim, me pego pelos cantos, me encontro nas esquinas, me perco nas encruzilhadas. Me esbarro, me esfolo no tropeção. Me acho e me afago, me aperto e me beijo. Mas aí eu me sumo, eu me fujo, eu vou embora daqui. E fico assim, a minha procura, a ver navios, ao leu. Olhando pro ontem, visitando aquela sombra, e reconhecendo o próximo vulto adiante. Sou eu! Digo pra mim. Corra, que me achas! E então me pulo, me levo, lá vamos nós outra vez. Felizes e radiantes, de mãos dadas, que maravilha. Basta um vento mais forte e meus dedos desenlaçam dos meus. Saio flutuando que nem um papel velho e bobo. Tento me seguir, mas tenho fotofobia. Não me apresso mais. Me acharei em algum banco, à minha espera novamente. E vamos em frente, sozinha ou comigo, que é pra lá que a gente sempre vai. Eu prefiro mesmo estar em minha companhia.

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