domingo, 5 de dezembro de 2010


Peraí, pessoal. Minha cabeça trepida com o encontrão de tantas vozes. Esse calor me tira do eixo, e essa quentura de vocês me faz suar de longe. Eu preciso me emburacar, mas com vocês eu perco o caminho do buraco. Lá só comigo que é fresco e meu eixo volta, minhas pernas viram pernas e ensaiam passos. Aqui em cima o sol na cabeça me encrava, embaralha minha água e meu óleo, não consigo ouvir o barulho da espuma esfriando. É o debater de asas quebradiças. Gente, meu corpo é entregue a vocês quando nos misturamos. Não é preciso se fazer entender, é preciso se situar. É preciso ter meu sítio, e no meu sítio não cabemos todos. E eu só comigo, já somos muitos juntos. O único barulho que eu precisava ouvir agora é o zumbido da água no ouvido.

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