domingo, 12 de dezembro de 2010


Passou a ferro quente e vincou, só sai lavando. Que a água lava e leva tudo, menos a sua boca suja. E também menos o meu mau humor e o mau amor, de tantos maus. Que o bem mastiga e engole tudo, que então mastigue e engula tudo. De resto sobra nada, de resto sobre nada. E que depois a água se encarregue e carregue todos os pedacinhos de sujeira da sua boca e os pedacinhos do meu mau humor e os fiapos do meu mau amor e o resto sobre nada, e que tire o vinco. Te tire o vinco no canto do olho chorado, me tire o vinco. Mentire, mentirar, mentirou sobre mim. Atirou. Passou a ferro quente e rasgou, pra rasgo de ferro quente não tem remendo, eu me rendo.

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