sexta-feira, 17 de dezembro de 2010


Pedi pra você me esperar só mais um pouquinho, e você não quis, não quis. Pedi de novo e você riu de mim, você riu inteiro por mim. E eu que pedia pequenos minutos, parecia tão pequena quanto eles. Você cresceu em pouco tempo, meu amigo. Se abrisse a boca me engolia no seu tamanhão, mas não fez isso pra não ter que me ter dentro de você e depois se dar ao trabalho de vomitar. Não é de hoje que eu arranho sua garganta, mas disso eu não sabia. Mal pude imaginar. E num apertão de tempo lá vem você com dois metros de altura e sangue fresco na boca. Você não quis me esperar um pouquinho, e eu não entendi e ainda não entendo, e eu nunca vou querer entender, não entendo. Eu vou e venho na mesma esquina que você não quis me esperar.

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