quinta-feira, 3 de setembro de 2009


Meio | Seio | Tremeio | Permeio | Veio |

Do centro partem as diagonais que se repelem para as extremidades. Ameaçam partir em cada encontro. A partida dói. São tão anguladas que não me mostram vivacidade e então fazem questão de mostrar a amargura do orgulho cultivado pela austeridade. Se tivessem olhos logo seriam notadas. Estamos falando do impessoal e do teoricamente inanimado, falamos de um recorte da paisagem interpretado pelo subjetivismo do instante. Do segundo. Se pisco as pestanas o quadro pode mudar. São milhões de imagens, porque são milhões de piscadelas, cada uma em um segundo. O que quero pensar é que o que é visto recebe influência de tantas variáveis que pode ser realmente visto realmente diferente. De cor, de forma, de fundo, de espessura, meu olho é um deficiente. Apoiado. *Pisco* Agora não partem, partilham. Partilham um centro, um único pontinho. putinho. A partilha é regojiozante. Agora já não me parece uma disputa, mas um gozo. Múltiplo, entremeado. É um quadro recortado de cores formadas por traços vibrantes, que se movem mesmo. O pontiagudo se dissolve, escorrega para as extremidades. Chumaços macios. São tão homogêneos que não me mostram fendas díspares e então fazem questão de mostrar a solidez do equilíbrio de acumuladas vivências positivas. E eu acredito. É tudo tão convincente que eu não passo de dois olhos de muletas. *Pisco* É tudo tão certo, que não me parece ou não me pareço, apenas aparece.

Nenhum comentário: