domingo, 5 de abril de 2009


Aquela meia luz invadiu o que era só um contorno frio de um corpo e preencheu de dourado.
Um corpo gordo que só tinha boca, comprimido pelo ar gelado. Aquilo pingava uns gemidos pesados que entalavam nas narinas. E na falta do ar, sobrou raiva. Transpirou pelos poros e não duvide de mim. Eu soube que posso te matei. Na falta de mim, sobrou força. Mãos e boca e boca que geme não entra ar. E na falta do ar, sobrou ar. Ar leve, puro, macio e lisinho. Aquela meia luz escorregou do que era um corpo gordo de contorno frio preenchido de dourado. E agora ficou branco. Branquinho.

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