sábado, 8 de janeiro de 2011


Passeando, passeou um pombo no meu lado, e pulando, pulou do meio fio pro gramado. Tive gana de ter um pombo, bem aconchegado em mim, criar o pombo na gaiola, oferecer uma comida e apertar seu corpo gordo. Mas logo eu, que até então batia forte com o pé no chão pra espantar esses rapazes do meu caminho. Logo o pombo, que nunca mexeu com a minha doçura. Agora eu quero um pombo na janela, quero um pombo na minha cama. Quero uma vida vagabunda a meu dispor, quero me dispor à uma vida vagabunda. Alguma coisa capaz de andar sozinha ao meu redor, um objeto vivo, um capricho, um egoísmo, um achismo, um ridicularismo, uma grande palhaçada, uma estupidez, uma mesquinhez, um pão francês, um rebuçado, um namorado.

Nenhum comentário: