domingo, 1 de agosto de 2010



Interno e externo se fundindo, conservando suas membranas. Externo fagocitando o interno, conservando a concentração do fagocitado. São os corpos fluidos, que se respeitam de alguma maneira. O corpo fluido. Vários corpos fluidos unidos, formando um único. O limite entre o externo e o interno só existe devido ao fluxo fluido inominado que é capaz de permear tais membranas. Se não houvesse esse fluxo, não haveria conhecimento do externo nem do interno, seria uma só coisa, como um uníssono de várias vozes. É muito sutil... Mais sutil que a película da água. Eu falo de externo e interno, mas é sobre a percepção do externo e do interno. É tipo a utilização de um espaço público por indivíduos altamente privados, se eu tentasse exemplificar. Ou a utilização de um espaço privado por indivíduos altamente públicos. A diferença de conotação de um indivíduo público por seu reconhecimento profissional comparado a um indivíduo público por habitar espaços públicos. O não publicar assuntos que julgamos privados para pessoas que julgamos públicas, e vice versa. O próprio habitar. O próprio olhar carregado de interno, voltado para o externo. O próprio corpo, externo, carregando todo o interno. Todas as relações. As próprias sensações. Eu não sei bem.

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