sábado, 15 de agosto de 2009


a minha pequena se agarrou num fio de tempo e balança como num pêndulo; o que vejo hoje é sua silhueta transpassando o tempo que vem e o tempo que foi. seu balanço mole segue descompassado para frente e para trás, e se não me atino me bate o pêndulo no meio da testa. minha pequenininha, o pouco que te vejo brilha. me sufoca a garganta o te lembrar e me permito escorrer minha saudade ácida rumo ao chão. me conforta a saudade que invento, dos teus olhos que não vi. fico seca pelos olhos vivos e peço que continue balançando. sua não vida me encravou, mas sua vida me aniquila. me deixa crescer, que a pequena sou eu. você é um estardalhaço, estribilho e estilhaço.

Nenhum comentário: