terça-feira, 14 de julho de 2009


minha noite é agitada, acho que é meu período de ebulição. não dá tempo de dormir, porque é muita coisa pra sonhar. são muitos quadradinhos brancos pra pintar. eu pisco menos e respiro mais. toda noite eu sou heroína e toda noite o dia parece pequeno demais pra mim. e eu fico ali, existindo de mentirinha. lutando pra não fechar os olhos, porque abrirão embaçados. cansados, sem força. da vida burra, do dia inteiro, inteiro burro pela frente. sem vontade de ver os bois de todo dia, de ver as pernas tortas. não quero ver que eu entro na manada-dos-sem. de noite é tão bonito, de dia é tão vulgar. a noite é permissão, o dia é castigo. de dia me faço vaca, de noite me deixo ser.