quarta-feira, 27 de julho de 2011



do corpo em cores e versos






e agora eu converso com meus cabelos brancos. eles são novos mas de tudo sabem. e eu que não sabia.. estou sabendo em branco.



se me rasgar ao meio, de dentro de mim vai pular um pintinho amarelinho meio cambaleante e se esconder atrás das suas pernas. aí sim a gente senta e conversa.



eu não solto meu cabelo e amarro minhas idéias. parece que não tem ligação, mas saiba que tem. eu bem sei disso agora, de cabelo solto. até os brancos eu deixei voar. voa aí, passarinho.



eu risco minhas pernas risco risco risco riiiiisco e rabisco, eu nao sei bem porque, mas isso me dá um prazer de descoberta. Um prazer de exploração, infantil. todas as minhas pernas cobertas de tinta e eu por baixo de tudo isso.



e é roendo minhas unhas vermelhas que destroço conclusões enroladas armadas nos fios dos meus cabelos presos e amarradas inertes nas pernas pintadas. e é roendo essas unhas que solto os cabelos brancos e os passarinhos voam livremente.



é o corpo todo junto que nada faz ou tudo anda tudo corre e percorre o próprio corpo meu.