quinta-feira, 30 de julho de 2009

Embola e embolora
de-te-ri-o-ra
de te rio rá-rá-rá

liquidez liquefaz solidez e solitude



em ti me dou e
em ti me dava
intimidou-se,
intimidada.

me te dava, te me dava.

deu-se e se deu.
ô se deu

cedeu.

eu e seu,
se eu sêsse.

que cesse,
quisesse.

quis-te-o
quis-to
quisto

Sê isto:
cisto torpor raiva.
Se isto se opor à raiva...
deleito rejeito

terça-feira, 14 de julho de 2009


minha noite é agitada, acho que é meu período de ebulição. não dá tempo de dormir, porque é muita coisa pra sonhar. são muitos quadradinhos brancos pra pintar. eu pisco menos e respiro mais. toda noite eu sou heroína e toda noite o dia parece pequeno demais pra mim. e eu fico ali, existindo de mentirinha. lutando pra não fechar os olhos, porque abrirão embaçados. cansados, sem força. da vida burra, do dia inteiro, inteiro burro pela frente. sem vontade de ver os bois de todo dia, de ver as pernas tortas. não quero ver que eu entro na manada-dos-sem. de noite é tão bonito, de dia é tão vulgar. a noite é permissão, o dia é castigo. de dia me faço vaca, de noite me deixo ser.

sábado, 11 de julho de 2009


pelejando, estribuchando.
as coisas vibram na forma mais estática, por incrível que possa parecer. essa é a minha corda, tanto salva qto enforca.
tudo tem uma alma, merece ser respeitado, por incabível que possa parecer. essa é a minha algema, tanto reprime qto debate.
as palavras têm asas e bocas, voam e sussurram todas ao mesmo tempo em volta da minha cabeça, sem cadência e propósito, por pretensioso que possa parecer. essa é a minha cor, tanto vibra quanto esmaece.
não se começa e não se termina, são linhas emboladas. por confuso que possa parecer.
não tenho propósito algum, além de calar o que há de vivo no ar capaz de envergar olhos, retorcer ouvidos, espiralar rostos e ir-se, ir-me, ir-te. tudo é vivo, tudo tem, tudo existe, tudo quer. isso me suga, me aflige, eu não entendo bem. tudo pulsa constantemente e de alguma forma se finge de morto, mas a mim eles nao enganam.